Ficha de Inventário

Fariseu/Rocha 9

  • Museu: Museu do Côa
  • Nº de Inventário: Fariseu - Registo 10
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Arte parietal
  • Dimensões (cm): Alt. 230 x Larg. 560
  • Descrição: A rocha 9 do Fariseu era inicialmente uma rocha relativamente insignificante no contexto da arte paleolítica do Côa, conhecendo-se apenas um único traço picotado aparentemente informe, mas a revelação da totalidade do painel decorado, com algumas figuras de extraordinário interesse, e a sua relação com estratigrafia antiga, colocam-na num patamar muito alto de importância científica e patrimonial, a par com a rocha 1 deste mesmo sítio. Trata-se de um afloramento de xisto, localizado na parte superior do terraço do Fariseu, imediatamente acima da rocha 5, e a 120 metros da rocha 1. O afloramento apresenta uma diáclase vertical onde foi realizada toda a decoração, orientada a Sudeste e obliquamente para o Côa. A decoração distribui-se por toda a superfície vertical do afloramento, de forma concentrada e com múltiplas sobreposições no sector direito, e mais espaçada no sector esquerdo. Foi toda realizada por gravação, maioritariamente pela técnica da picotagem e ocasionalmente pela técnica da incisão, e pertence à fase Gravetto/Solutrense do Paleolítico Superior. O registo e contagem das suas figuras está ainda incompleto, por faltar terminar a escavação arqueológica e descobrir a totalidade do painel, e sendo também possível que a análise dos blocos tombados com gravuras possa revelar figuras novas. As gravuras incisas resumem-se a alguns traços, aparentemente avulsos. Todas as figuras foram obtidas por picotagem, contando-se de momento quase uma vintena de motivos, quase todos figuras zoomórficas. Estas incluem um ou dois exemplares de cavalos, caprinos e cervídeos, e quase uma dezena de representações de auroques. Para além das densas sobreposições de figuras que ocupam o sector direito da superfície, merece destaque o conjunto figurativo do lado esquerdo onde, entre mais algumas figuras, se realçam três auroques. Dois são de pequena dimensão e formam um grupo familiar, composto por mãe e cria. O outro, que se sobrepõe a este duo e tem um pequeno signo linear picotado associado à traseira, tem mais de três metros e meio de comprimento e é a maior figura da arte do Côa e uma das maiores figuras da arte paleolítica mundial.
  • Origem/Historial: A rocha 9 do Fariseu foi primeiramente identificada em 2004, na altura limitada a um pequeno painel com um único traço picotado que emergia da terra. Em 2019 e 2020 foi alvo de uma primeira campanha de escavação arqueológica, que colocou a descoberto quase todo o painel decorado, parcialmente coberto por estratos de formação antiga, nomeadamente do Paleolítico Superior. Foram também identificados diversos blocos com gravuras tombados da parede decorada. A investigação ainda está em curso, e um registo completo da decoração está em preparação.

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