Descrição: A rocha 1 da Foz do Côa foi descoberta ocasionalmente em 1982, por ocasião dos trabalhos arqueológicos relacionados com a construção da barragem do Pocinho. No entanto, e tal como as outras cinco rochas com gravuras modernas descobertas em redor, a sua localização precisa não foi registada, apenas se sabendo que se encontra na margem esquerda do Douro um pouco a jusante da foz do Côa, havendo alguma incerteza sobre qual o sítio arqueológico a que efectivamente pertence, tendo em conta as descobertas posteriormente feitas e a proximidade e continuidade entre vários dos sítios conhecidos naquela área. É tradicionalmente atribuída ao sítio da Foz do Côa, mas poderá eventualmente integrar ou o Vale de José Esteves ou a Vermelhosa.
Apresenta algumas gravuras picotadas de Época Histórica numa superfície vertical, consistindo numa assinatura associada à data de 1879 e a uma custódia.
Origem/Historial: A rocha 1 da Foz do Côa foi descoberta em 1982 por ocasião dos trabalhos arqueológicos realizados no sítio do Vale da Casa durante a construção da barragem do Pocinho, numa incursão ocasional feita pela equipa de arqueologia até à embocadura do Côa. Na altura foi feito um levantamento gráfico parcial da superfície decorada, assim como algumas fotografias. Não voltou a ser vista após a sua submersão definitiva em 1983 com o enchimento da albufeira do Pocinho.
Bibliografia
BAPTISTA, António Martinho (1983) – “O complexo de gravuras rupestres do Vale da Casa - (Vila Nova de Foz Côa)”. Arqueologia 8: 57-69.
BAPTISTA, António Martinho (1999) – “No tempo sem tempo: A arte dos caçadores paleolíticos do Vale do Côa. Com uma perspectiva dos ciclos rupestres pós-glaciares”. Vila Nova de Foz Côa, Parque Arqueológico do Vale do Côa/Centro Nacional de Arte Rupestre.
BAPTISTA, António Martinho; GOMES, Mário Varela (1997) – “Arte Rupestre”. In J. Zilhão (ed.), Arte rupestre e pré-história do Vale do Côa. Trabalhos de 1995-1996: 213-406. Lisboa, Ministério da Cultura.
BAPTISTA, António Martinho; REIS, Mário (2008) – “Prospecção da Arte Rupestre na Foz do Côa. Da iconografia do Paleolítico superior à do nosso tempo, com passagem pela IIª Idade do Ferro”. In A. C. Lima; A. T. Santos; A. M. Baptista; A. C. Coixão; L. Luís (eds.), Actas das Sessões do III Congresso de Arqueologia de Trás-os-Montes, Alto Douro e Beira Interior. Vol. 01 – Pré-história. Gestos Intemporais: 62-95. Vila Nova de Foz Côa, Associação Cultural Desportiva e Recreativa de Freixo de Numão.
BAPTISTA, António Martinho; REIS, Mário (2008) – “Prospecção da arte rupestre no Vale do Côa e Alto Douro português: ponto da situação em Julho de 2006”. In R. B. Behrmann (ed.), Arte Prehistorico al aire libre en el Sur de Europa: 145-192. Salamanca, Junta de Castilla y Léon.
DIEZ, Marcos García; LUÍS, Luís (2003) – “José Alcino Tomé e o último ciclo artístico rupestre do Vale do Côa: um caso de etnoarqueologia”. Estudos Pré-Históricos X-XI: 199-223.
LUÍS, Luís (2015) - “Uma arte da guerra. O Vale do Côa no final do I Milénio a. C.”. In S. Lee, A. M. Baptista; A. B. Fernandes (eds.), Catálogo da exposição Arte Rupestre do Vale do Côa: 90-114. Ulsan, Ulsan Petroglyph Museum.
REBANDA, Nelson (1995) - “Os trabalhos arqueológicos e o complexo de arte rupestre do Côa”. Lisboa, Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico.
REIS, Mário (2011) – “Prospecção da arte rupestre do Côa: ponto da situação em Maio de 2009”. In M. A. Rodrigues, A. C. Lima; A. T. Santos (eds.), Actas do V Congresso de Arqueologia – Interior Norte e Centro de Portugal: 11-123. Porto, Caleidoscópio/Direcção Regional de Cultura do Norte.
REIS, Mário (2012) – “‘Mil rochas e tal...!’: Inventário dos sítios da arte rupestre do vale do Côa”. Portvgalia 33: 5-72.
SANTOS, André Tomás Pinto da Silva e Conceição (2017) – “A arte paleolítica ao ar livre da bacia do Douro à margem direita do Tejo: uma visão de conjunto. Tese de Doutoramento, Universidade do Porto.
BAPTISTA, António Martinho (2001) – “The Quaternary rock art of the Côa Valley (Portugal)”. In J. Zilhão, T. Aubry; A. F. Carvalho (eds.), Les premiers hommes modernes de la Péninsule Ibérique: 237-252. Lisboa, Instituto Português de Arqueologia.
REIS, Mário (2020) - Imagens fantasmagóricas, silhuetas elusivas: as figuras humanas na arte do Paleolítico Superior da região do Côa. In J. M. Arnaud, C. Neves, A. Martins (eds.), Arqueologia em Portugal: 2020 - Estado da Questão: 537-549. Lisboa, Associação dos Arqueólogos Portugueses.